Síndrome do pânico: como a terapia online pode ajudar

Você já sentiu o coração disparar de repente, uma sensação de falta de ar, tontura e um medo intenso de que algo terrível estava para acontecer? Se sim, você não está sozinho. Muitas pessoas em todo o mundo convivem com a síndrome do pânico, uma condição que pode ser extremamente assustadora, mas que tem tratamento eficaz.

A boa notícia é que a psicoterapia online tem se mostrado uma ferramenta valiosa para quem busca ajuda com essa condição. Neste artigo, vamos explorar o que é a síndrome do pânico, como reconhecê-la e de que forma o acompanhamento psicológico à distância pode fazer diferença.

O que é a síndrome do pânico

A síndrome do pânico é caracterizada por episódios recorrentes e inesperados de medo intenso, conhecidos como ataques ou crises de pânico. Esses episódios surgem de forma súbita, atingem um pico em poucos minutos e são acompanhados de sintomas físicos e emocionais bastante desconfortáveis.

É importante entender que ter um ataque de pânico isolado não significa necessariamente ter síndrome do pânico. O diagnóstico envolve a recorrência desses episódios e, principalmente, o impacto que eles passam a ter na vida da pessoa, que frequentemente desenvolve medo de ter novas crises.

Sintomas comuns durante uma crise

Os sintomas de uma crise de pânico podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:

• Palpitações ou coração acelerado
• Sudorese intensa
• Tremores ou sensação de fraqueza
• Falta de ar ou sensação de sufocamento
• Dor ou desconforto no peito
• Náusea ou desconforto abdominal
• Tontura ou sensação de desmaio
• Calafrios ou ondas de calor
• Formigamento nas extremidades
• Sensação de irrealidade ou despersonalização
• Medo de perder o controle ou "enlouquecer"
• Medo intenso de morrer

Esses sintomas são assustadores, mas é fundamental saber que uma crise de pânico, embora extremamente desconfortável, não oferece risco real de morte ou de "loucura".

O ciclo do medo e da evitação

Um dos aspectos mais desafiadores da síndrome do pânico é o ciclo que se forma após as primeiras crises. A pessoa passa a temer novos episódios, o que pode levar a:

Ansiedade antecipatória: um estado constante de alerta, esperando a próxima crise acontecer.

Comportamentos de evitação: deixar de frequentar lugares ou situações onde crises já ocorreram ou onde seria difícil obter ajuda.

Agorafobia: em alguns casos, o medo se generaliza a ponto de a pessoa evitar sair de casa, estar em multidões, usar transporte público ou ficar em espaços fechados.

Esse ciclo pode se tornar muito limitante, afetando trabalho, relacionamentos e qualidade de vida de forma significativa.

Por que a terapia online é eficaz para síndrome do pânico

A psicoterapia é considerada o tratamento de primeira linha para a síndrome do pânico, e a modalidade online oferece resultados comparáveis ao atendimento presencial. Alguns aspectos tornam essa modalidade especialmente adequada:

Acessibilidade para quem evita sair de casa

Para pessoas que desenvolveram agorafobia ou têm dificuldade em se deslocar devido ao medo de crises, a terapia online remove uma barreira importante. O atendimento acontece no ambiente seguro do próprio lar, permitindo que a pessoa inicie o tratamento mesmo quando sair de casa parece impossível.

Regularidade no acompanhamento

Manter a constância nas sessões é fundamental para o sucesso do tratamento. A terapia online facilita essa regularidade, eliminando deslocamentos e tornando mais simples encaixar as sessões na rotina.

Intervenção em momentos de crise

Alguns profissionais oferecem suporte entre sessões, o que pode ser especialmente valioso quando a pessoa está aprendendo a lidar com as crises. Saber que há apoio disponível pode, por si só, reduzir a ansiedade antecipatória.

Como a Gestalt-terapia aborda o pânico

A Gestalt-terapia oferece uma perspectiva única para compreender e trabalhar com a síndrome do pânico. Ao invés de focar apenas nos sintomas, essa abordagem busca entender a experiência da pessoa como um todo.

Awareness e autorregulação

Um dos pilares da Gestalt-terapia é o desenvolvimento da awareness, a capacidade de perceber o que está acontecendo consigo mesmo no momento presente. Para quem convive com pânico, isso significa:

• Identificar sinais precoces de que uma crise pode estar começando
• Reconhecer pensamentos e sensações sem ser dominado por eles
• Desenvolver recursos internos para se acalmar

O trabalho com o corpo

As crises de pânico têm uma forte expressão corporal. A Gestalt-terapia valoriza o trabalho com o corpo, ajudando a pessoa a:

• Perceber onde a tensão se acumula
• Aprender técnicas de respiração e relaxamento
• Reconectar-se com sensações corporais de forma segura

Compreensão das necessidades não atendidas

Muitas vezes, o pânico surge quando necessidades importantes não estão sendo reconhecidas ou atendidas. O processo terapêutico ajuda a identificar essas necessidades e encontrar formas mais saudáveis de satisfazê-las.

O que esperar do tratamento

O tratamento da síndrome do pânico geralmente envolve algumas etapas:

Psicoeducação: entender o que acontece no corpo durante uma crise, o que por si só já reduz o medo.

Técnicas de manejo: aprender estratégias práticas para lidar com os sintomas quando eles surgem.

Exploração das causas: investigar fatores que podem estar contribuindo para o pânico, como estresse, conflitos não resolvidos ou padrões de pensamento.

Exposição gradual: quando apropriado, enfrentar gradualmente situações evitadas, recuperando a liberdade perdida.

Prevenção de recaídas: desenvolver um plano para manter os ganhos e lidar com eventuais retornos dos sintomas.

O tempo de tratamento varia de pessoa para pessoa. Algumas pessoas experimentam melhora significativa em poucas semanas, enquanto outras precisam de acompanhamento mais longo.

Dicas para lidar com uma crise de pânico

Enquanto você busca ajuda profissional, algumas estratégias podem ajudar durante uma crise:

Lembre-se de que vai passar: crises de pânico têm duração limitada, geralmente alguns minutos. Por mais intenso que seja, o momento vai passar.

Respire lentamente: inspire pelo nariz contando até 4, segure por 2 segundos e expire pela boca contando até 6. Repita várias vezes.

Ancore-se no presente: use a técnica 5-4-3-2-1: identifique 5 coisas que você vê, 4 que ouve, 3 que pode tocar, 2 que cheira e 1 que pode sentir o gosto.

Não lute contra os sintomas: paradoxalmente, tentar lutar contra a crise pode intensificá-la. Tente observar os sintomas sem reagir.

Fale consigo mesmo com gentileza: "Isso é desconfortável, mas não é perigoso. Meu corpo está reagindo como se houvesse perigo, mas estou seguro."

Quando buscar ajuda

Se você está vivenciando crises de pânico recorrentes, se o medo de novas crises está afetando sua vida ou se você está evitando situações por causa do pânico, é hora de buscar ajuda profissional.

A síndrome do pânico é muito tratável. Com o suporte adequado, a grande maioria das pessoas consegue recuperar sua qualidade de vida e liberdade.

Recursos gratuitos e de emergência

Se você está passando por um momento difícil, lembre-se de que existem recursos de apoio gratuitos:

• CVV (Centro de Valorização da Vida): 188 (ligação gratuita, 24 horas)
• CAPS (Centro de Atenção Psicossocial): atendimento gratuito pelo SUS
• UBS (Unidade Básica de Saúde): porta de entrada para atendimento em saúde mental
• Clínicas-escola: universidades oferecem atendimento gratuito ou a preço social

A Figura & Fundo e o cuidado com você

Na Figura & Fundo, entendemos como a síndrome do pânico pode ser limitante e assustadora. Nossa equipe trabalha com uma abordagem acolhedora, respeitando o tempo de cada pessoa.

Acreditamos em um atendimento humanizado, sem amarras contratuais e com total transparência. Cada pessoa é única, e o tratamento deve respeitar essa individualidade.

Se você sente que precisa de apoio profissional, estamos à disposição para uma primeira conversa. O primeiro passo pode ser o mais difícil, mas também é o mais importante.

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Este artigo tem caráter informativo e educacional. As informações apresentadas não substituem avaliação profissional individualizada. Se você apresenta sintomas descritos, procure um psicólogo ou psiquiatra para avaliação adequada.