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Saúde Mental
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Depressão Pós-Parto: Como Reconhecer e Buscar Ajuda

A chegada de um bebê é transformadora, mas para muitas mães, pode vir acompanhada de uma tristeza profunda. Entenda o que é a depressão pós-parto, diferencie do 'baby blues' e saiba por que buscar ajuda é vital.

Foto de Paulo Henrique

Paulo Henrique

Psicólogo Clínico - CRP 01/25016

28 de julho de 2025
4 min
Leitura: 4 min
Nível: Intermediário

A maternidade real: além da imagem idealizada

A sociedade muitas vezes pinta a maternidade como um período de pura felicidade e realização. Embora a chegada de um bebê seja um momento de grande alegria, ela também traz consigo uma das maiores transformações na vida de uma mulher, com desafios imensos, privação de sono e uma avalanche de novas responsabilidades.

Nesse turbilhão de mudanças, é comum que surjam sentimentos complexos. É crucial diferenciar as flutuações de humor normais do puerpério de uma condição mais séria: a depressão pós-parto.

"Baby Blues" vs. Depressão Pós-Parto

Muitas novas mães experimentam o "baby blues" (ou tristeza materna) nos primeiros dias ou semanas após o parto. Os sintomas incluem:

  • Mudanças de humor
  • Crises de choro
  • Ansiedade
  • Dificuldade para dormir

O baby blues é comum, causado pelas drásticas alterações hormonais, e geralmente desaparece sozinho em até duas semanas.

A depressão pós-parto é diferente. É uma forma de depressão maior que é muito mais intensa, dura mais tempo e pode interferir na capacidade da mãe de cuidar de seu bebê e de si mesma.

Sinais e sintomas da depressão pós-parto

Os sintomas da depressão pós-parto são semelhantes aos da depressão clínica, mas podem incluir também:

  • Tristeza profunda, choro excessivo e incontrolável.
  • Dificuldade em criar um vínculo com o bebê.
  • Ansiedade severa e ataques de pânico.
  • Sentimentos de culpa, vergonha ou inadequação ("Eu não sou uma boa mãe").
  • Medo de não ser uma boa mãe ou de machucar o bebê.
  • Perda de interesse em atividades que antes gostava.
  • Fadiga avassaladora e falta de energia.
  • Isolamento de amigos e familiares.
  • Pensamentos sobre se machucar ou machucar o bebê.

Esses sintomas podem surgir a qualquer momento durante o primeiro ano após o parto e, sem tratamento, podem durar meses ou até anos.

Por que acontece? Fatores de risco

A depressão pós-parto não é causada por algo que a mãe fez ou deixou de fazer. É uma complicação médica séria, influenciada por uma combinação de fatores:

  • Alterações Hormonais: A queda abrupta nos níveis de estrogênio e progesterona após o parto pode desencadear a depressão.
  • Histórico Pessoal: Ter um histórico de depressão ou outros transtornos de humor é um grande fator de risco.
  • Fatores Emocionais: Dúvidas sobre a capacidade de ser mãe, estresse relacionado às mudanças na vida e a privação de sono.
  • Falta de Apoio: Sentir-se isolada, sem apoio do parceiro, da família ou de amigos.
  • Experiência de Parto Traumática: Um parto difícil ou complicado pode contribuir.

A importância vital de buscar ajuda

Muitas mulheres sofrem em silêncio por vergonha ou culpa. É fundamental quebrar esse tabu. A depressão pós-parto é uma condição tratável. Buscar ajuda não é um sinal de fraqueza, mas sim um ato de força e amor por si mesma e pelo seu bebê.

O tratamento geralmente envolve:

  1. Psicoterapia: Conversar com um psicólogo oferece um espaço seguro para expressar sentimentos sem julgamento. A terapia ajuda a desenvolver estratégias para lidar com as emoções, ajustar-se à nova identidade de mãe e fortalecer o vínculo com o bebê. A Gestalt-terapia pode ser especialmente útil para ajudar a mãe a se reconectar consigo mesma no "aqui e agora", em meio às demandas avassaladoras da maternidade.
  2. Medicação: Em alguns casos, um psiquiatra pode prescrever antidepressivos que são seguros durante a amamentação.

Se você é uma nova mãe e está se sentindo sobrecarregada, triste ou ansiosa, converse com seu médico, um psicólogo ou alguém de sua confiança. Se você é parceiro, amigo ou familiar, ofereça apoio, escuta e ajuda prática. Cuidar da saúde mental da mãe é essencial para o bem-estar de toda a família.

Para quem prefere a comodidade da terapia online, confira nosso guia sobre como é a primeira consulta online e as vantagens da terapia online vs. presencial.

Última atualização:28 de julho de 2025
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Paulo Henrique

Psicólogo Clínico - CRP 01/25016

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